Na Escuta Profética, em Belém, Terra Santa, o Senhor nos alertava: “Vocês já não têm a Força do Alto. Voltem a mim. Despojem-se de seus julgamentos, de seus juízos, de seus projetos. Venham a mim. Vocês já não têm a Força do Alto.” São Paulo, na primeira carta aos Tessalonicenses, vai nos exortar: “Não extingais o Espírito.” (1 Ts 5, 19)
Nós sabemos a partir do relato de Pentecostes, que o Espírito Santo anuncia sua chegada (pelo ruído, vento impetuoso, línguas de fogo, corações compungidos), porém não sua partida. No capítulo 16 do livro de Juízes, temos o relato sobre Sansão, que tinha grande força quando foi ungido, mas por desobedecer, o Senhor se retirou dele, embora ele não o soubesse. Quando vieram os filisteus ele pensou que os derrotaria como das outras vezes, quando ainda tinha a unção de Deus. “E disse: ‘Sansão, os filisteus vêm contra ti!’ Despertando ele do sono, disse consigo mesmo: ‘Sairei deles como das outras vezes e me livrarei’. Ignorava Sansão que o Senhor se havia retirado dele.” (Jz 16,20). Quando Deus rejeitou Saul como rei “O Espírito do Senhor retirou-se de Saul e um espírito mau veio sobre ele, enviado pelo Senhor.” (1Sam 16,14)
O Senhor nos alertava sobre isso na Escuta Profética, sobre não termos mais a unção e a força do Espírito Santo, mas pensarmos que temos. Assim nos falava o Senhor: “Estais sentados num carro cujo motor não está funcionando, mas fingis que está. Ficais divertindo, entretendo as pessoas, mas elas não estão sendo batizadas no Espírito Santo e suas vidas não estão mudando.”
Devemos nos sentir muito amados e privilegiados, porque a nós o Senhor avisou que se retiraria, e não somente nos alertou, mas também nos disse o que fazer para que isto não acontecesse. Ainda em Belém, Ele nos falava que somente quando nos voltássemos inteiramente para Ele, em atitude de arrependimento e humildade, Ele nos batizaria de novo no seu Espírito.
Passaram-se alguns meses desde a Escuta Profética, que aconteceu em novembro de 2013 e, agora, parece que Deus quer de nós, do Ministério de Pregação, uma resposta mais comprometida ao que Ele nos pediu. De vários estados tem chegado partilhas sobre a necessidade de conversão profunda e de uma volta ao primeiro amor.
Partilhamos abaixo algumas destas moções que nos foram passadas.
Vicente, coordenador do Ministério de Pregação do estado de Goiás:
1) Visualização de uma placa de trânsito, “PROIBIDO ESTACIONAR”.
2) Palavra: Efésios 4, 17 – 24. O homem velho e o novo.
3) Visualização: Um canal de água corrente, que estava bloqueada e assim a água era represada, não seguindo seu curso.
Discernimento: Não estacionar no processo de conversão, uma conversão autêntica e verdadeira. Para nos ajudar a atender melhor, o Senhor faz referência a uma Placa de trânsito, uma figura que todos nós conhecemos e sabemos o seu significado e não observá-la traz consequências que não queremos. A palavra de Efésios confirma e reforça a vontade de Deus, e esclarece nos versículos 23 e 24, que a conversão passa pela renovação do sentimento de nossa alma. Quem se deixa renovar, tem a alma de Cristo, e seus sentimentos são guiados pelo Espírito Santos, nos impulsionando a uma verdadeira justiça e santidade, homens e mulheres, imagem e semelhança de Deus.
Serginho, coordenador do Ministério de Pregação do estado do Rio Grande do Sul, em resposta ao e-mail de Vicente:
Quero confirmar esta moção, porque no último final de semana tivemos o Encontro Estadual de Ministérios com workshops individuais; enquanto preparava o workshop do Ministério de Pregação, a moção-chave que vinha ao meu coração era justamente de conversão. O Senhor nos dava a palavra em Isaías 9: “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz”. ?E o Espírito falava que precisávamos experimentar desta grande luz constantemente em nossa vida, deixando os velhos hábitos e permitindo que o Espírito nos renove tal como é propósito do seu coração. Quando experimentássemos desta luz poderosa em nossa vida, O experimentaríamos como Deus Forte, Pai Eterno, Conselheiro Admirável e Príncipe da Paz. Experimentar Deus verdadeira e constantemente em nossa vida e em nosso ministério, passa pela experiência da conversão.
Andrea, coordenadora do Ministério de Pregação do estado do Rio de Janeiro:
Quando eu li, o e-mail do Vicente fiquei com o coração acelerado, pela unidade do Espírito Santo, porque no estado do RJ estávamos na mesma moção de oração pelo MP.
Sentimos a necessidade de um clamor de intercessão pelo MP, rezei para ouvir do Senhor uma direção que envolvesse todos os coordenadores diocesanos da pregação e veio a palavra de Josué 6, a conquista de Jericó.
Na palavra Josué convocou o povo a fidelidade na oração, uma hora por dia em oração durante 7 dias. Discernimento: através desse clamor o resgate da vida de oração pessoal.
Partilho com vocês a minha experiência de intercessão durante a semana do Cerco de Jerico.
1 dia. Clamando pelas nossas vidas veio essa palavra de ciência: fantasia
Discernimento: nós estamos vestindo fantasias, roupagens que caracterizam homens e mulheres de oração, mas não estamos vivenciando isso. É só uma veste, uma fantasia que vestimos quando saímos em missão, mas que retiramos ao chegarmos em casa.
A resposta a Deus deve ser um coração contrito, arrependimento profundo e deixar-se ser modelado pelo Espírito Santo, permitindo que o Senhor domine sobre todas as áreas das nossas vidas. Devemos também buscar o sacramento da confissão.
A resposta de Deus veio pela palavra em Hebreus 8, 12
No segundo dia a Palavra que nos norteou foi o Salmo 28, um convite à busca da sabedoria:
Visualização: um boneco de cera derretendo e a palavra Libertação.
Clamor a Deus pela libertação de todos os pregadores e veio essa palavra de Êxodo 33,12-23.
No terceiro dia, clamando por um verdadeiro batismo, recebemos a palavra de exortação: “ É preciso renunciar ao homem velho”
Visualização: Um homem diante do Santíssimo em Adoração
Palavra de confirmação: Apocalipse 19, 1-8
E ainda, de muitas formas e confirmando sempre na Palavra, o Senhor ia nos pedindo renúncia e clamor pela cura da cegueira e surdez espirituais.
O Senhor nos pedia ainda para orarmos por todos os pregadores e pregadores doentes e por aqueles que estão afastados de seu ministério, que não pregam mais a Palavra em consequência de seu pecado.
Resumindo, a direção de Deus para nós é viver a radicalidade do Evangelho, renunciando ao homem velho e deixando surgir o homem novo. Entregar nossa vida, ministério, família, trabalho ao Senhorio de Jesus, sempre conduzidos pelo Espirito Santo de Deus. Assim veremos a Glória do Senhor manifestar-se em nossa vida e diante das dificuldades, pois temos a Palavra, Oração, Sacramento da Confissão, Missa e Adoração.
Voltando à nossa meditação do início, sobre o motivo pelo qual o Senhor está nos alertando que se não nos voltarmos inteiramente a Ele nos será retirado o Espírito, penso que a resposta veio à Dalva Zanardi, que está responsável pela intercessão do MP, durante uma vigília de adoração. Ela adorava Jesus Eucarístico e o Senhor foi revelando que quando olhamos para Jesus no ostensório, o que importa é Jesus, mas nós olhamos para os dois. Da mesma forma, quando anunciamos a Palavra, somos como que o ostensório que sustenta Jesus. O que importa é Jesus, mas as pessoas olham para nós. Quando estamos na presença de Jesus Eucarístico estamos em território santo. Onde Jesus se encontra o solo é santo. A Palavra é Jesus, Jesus é a Palavra. Onde está a Palavra está Jesus. Quando a Palavra é anunciada o território se torna santo. Nós, os pregadores e pregadoras, precisamos nos santificar para entrar no território santo ao pregar a Palavra. A confirmação veio em Apocalipse 1,12-16 e Hebreus 4, 12.
“Àquele que é poderoso para nos preservar de toda queda e nos apresentar diante de sua glória, imaculados e cheios de alegria, ao Deus único, Salvador nosso, por Jesus Cristo, Senhor nosso, sejam dadas glória, magnificência, império e poder desde antes de todos os tempos, agora e para sempre. Amém.” (Jud 25)